Boko Haram divulga vídeo com meninas sequestradas em 2014.

O grupo terrorista nigeriano Boko Haram divulgou neste domingo (14) um vídeo com mulheres jovens, identificadas como as estudantes sequestradas em Chibok (nordeste) em abril de 2014. No vídeo, os terroristas afirmam que algumas delas morreram em ataques aéreos.

O sequestro de 276 estudantes de Chibok em 14 de abril de 2014 provocou uma onda de indignação e concentrou a atenção mundial na insurreição do Boko Haram, que deixou ao menos 20.000 pessoas mortas desde 2009. Entre as vítimas, 57 conseguiram escapar após o sequestro. O Boko Haram faz das vítimas escravas sexuais ou as usa como mulheres-bomba.

No vídeo de 11 minutos de duração publicado neste domingo no YouTube, um homem com o rosto coberto por um lenço e um turbante afirma: “Devem saber que suas filhas ainda estão em nossas mãos”.

Com uniforme militar e uma arma, ele aparece com um grupo de dezenas de jovens, todas com véu e abaya (uma túnica longa), algumas sentadas no chão e outras de pé em segundo plano.

“Quarenta destas meninas foram casadas conforme a vontade de Alá”, acrescenta o homem. “Outras morreram em bombardeios aéreos.”

No vídeo, uma jovem fala no dialeto local de Chibok, com a voz intercalada por soluços. Ela descreve um bombardeio aéreo do Exército nigeriano. No fundo, as meninas enxugam os olhos durante o seu relato, uma delas segurando um bebê nos braços.

O homem no vídeo exorta então o governo nigeriano a libertar os combatentes do Boko Haram. “Eles devem libertar imediatamente os nossos irmãos que estão na prisão”, afirma. E faz uma ameaça, advertindo que, se os prisioneiros não forem libertados, o governo nunca irá resgatar as meninas de Chibok.

Em 2015, o exército nigeriano anunciou o resgate de centenas de pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, que foram sequestradas pelo Boko Haram. Mas as estudantes desaparecidas não se encontravam entre elas, apesar de vários rumores que não foram confirmados.

A campanha armada do Boko Haram, iniciada em 2009, já deixou mais de 20.000 mortos na Nigéria.

Após a divulgação do vídeo, o governo nigeriano anunciou que “está em contato” com o Boko Haram.

“Não é a primeira vez que eles entram em contato sobre este assunto, mas nós queremos garantir que aqueles com quem estamos em contato são quem dizem ser”, declarou o ministro da Informação nigeriano, Lai Mohammed, citado em um comunicado do governo.

Ele explica que a situação se complicou após uma “ruptura dentro da liderança do Boko Haram”, fazendo referência às supostas divergências internas no grupo.

Desde que jurou lealdade ao grupo Estado Islâmico, em março de 2015, o Boko Haram passou a se chamar Jama’atu Ahlissunnah Lidda’awati Wal Jihad. Mas neste domingo o grupo voltou a utilizar o nome de Boko Haram.

O Boko Haram sofreu várias derrotas militares desde a chegada ao poder do presidente Muhammadu Buhari, em maio de 2015, e sua força de atuação é bem menor do que há dois anos.

Fonte: Veja

Assista o Vídeo:


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